Estilista | Adriana Bernardino, Estúdio ABelha
quarta-feira, novembro 02, 2016Meu nome é Adriana Bernardino, eu sou estilista e atuei principalmente como designer têxtil para marcas de moda renomadas brasileiras.
Na verdade eu construí um caminho torto entre moda e design, pois sempre mantive minha atenção para os pequenos detalhes e são exatamente os detalhes que tem feito a minha carreira.
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Foto por Fer d'Andrade |
Sem planejar muito e apenas acompanhando esse ritmo, eu abri o Estúdio Abelha há 5 anos e através desse projeto por impulso eu consegui desenvolver estampas e coleções para grandes clientes, dentre eles Hering, Mob, C&A, Iódice, Carmim, Forum, Sandálias Ipanema, para marcas de decoração também como papéis de parede, além de colaborar desde então como designer para um bureau internacional de tendências em estamparia (projeto, aliás, que me inspirou muito nesse novo rumo).
Parecia sucesso, mas apesar da rotina intensa com projetos tão diferenciados acontecendo ao mesmo tempo, eu comecei a sentir um desgaste e certa desvalorização da profissão.
Estava vivendo da articulação de um design criado por outros, como se fosse mais uma ferramenta do que criadora, tentando suprir um mercado dependente de tendências estrangeiras e produção em massa. Tudo isso junto com questionamentos sobre nossos comportamentos, produção e consumo consciente e a real necessidade de colocar mais "coisas" no mundo.
Tentei resgatar o motivo da escolha dessa profissão, relembrando o porquê de "fazer estampas" e como eu realizei sonhos vendo minhas criações em grandes marcas ao mesmo tempo em que massacrei sonhos atendendo esse mercado.
Ser designer para mim é a consequência de uma vontade de propor soluções, criar diálogos com um público.
E é esse o atual propósito do Estúdio Abelha: eu conto histórias através de estampas autorais. Os produtos são mera consequência, como as páginas de um livro.
Hoje esse trabalho tem 3 anos, tem ganhado aos poucos um maior destaque e me ocupado com mais prioridade.
Estampas que falam sobre cinema, mitologia, literatura, histórias do cotidiano: tudo àquilo que me inspira e me dá vontade de contar com as minhas palavras para um amigo, pode virar estampa.
Chamo de estamparia narrativa: a minha versão dos fatos em imagens.
Dizem que é um mercado restrito, nada comercial, mas... será?! Gostaria de saber quantas pessoas conhecemos que tem questionado seus hábitos de consumo e significados. É tão restrito assim?
Enquanto isso, também mantenho meu trabalho como designer de superfícies para outras marcas e empresas, porém com um novo posicionamento e seleção de projetos.
O foco agora é o desenvolvimento de estampas exclusivas que tragam conteúdo e informação através da narrativa do desenho, com o objetivo de agregar valor ao produto ou campanha do cliente.
Fazer da estampa um diálogo e não apenas um adorno.
Estou na luta ainda, tentando reeducar um mercado e apresentar as possibilidades.
Fui convidada para algumas palestras e workshops onde pude apresentar o meu olhar sobre a moda e a estamparia brasileira. O retorno que tenho recebido de alunos e jovens designers é maravilhoso, sem contar nos amigos e familiares que acreditam e incentivam mesmo sabendo que não é o caminho mais fácil, mas tenho certeza de que não poderia escolher outro.




Se quiser conhecer melhor:
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